Couro de Arraia na Joalheria:
O uso do couro de arraia na joalheria tem uma história interessante e multifacetada:
Embora existam referências ao uso de pele de arraia (matéria prima do galuchat) em artefatos antigos no Egito e na China, os exemplos mais antigos conhecidos são do Japão do século VIII. Nessa época, a pele não era curtida e as contas não eram lixadas, proporcionando uma boa aderência para cabos e bainhas de espadas (tanto e katana) e decorações de armaduras de samurai.
O século XVIII e Jean-Claude Galuchat:
O francês Jean-Claude Galuchat, um mestre artesão de Paris na segunda metade do século XVIII, é creditado por ter sido o primeiro a curtir e tingir com sucesso a pele de arraia. Ele se tornou famoso por usar esse material para revestir diversos objetos de luxo.
Um de seus clientes mais notáveis foi Madame de Pompadour amante do rei Luis XV, para quem ele fez caixas de joias revestidas em galuchat. Isso demostra que o galuchat já era utilizado em objetos relacionados à joalheria nessa época, como caixas para guardá-las.
Popularidade e Declínio:
O galuchat se tornou popular na Europa durante o século XVIII, especialmente entre a alta sociedade e a corte de Luís XV.
Após a revolução francesa, sua popularidade diminuiu, mas ressurgiu durante os períodos de Arts and Crafts e Art Déco, do final do século XIX até a década de 1930. Nesse período, era usado em objetos sofisticados, incluindo aqueles que poderiam guardar ou complementar joias.
Renascimento Moderno:
Houve um novo aumento na popularidade do galuchat a partir da década de 1980.
Atualmente o galuchat é novamente apreciado na alta joalheira e no design de acessórios de luxo, sendo utilizado em pulseiras, brincos, colares e outros tipos de joias, além de detalhes em relógios de luxo.
Em resumo, embora o uso de pele de arraia remote a séculos o uso específico do galuchat (couro curtido e trabalhado) em objetos relacionados à joalheria começou no século XVIII com Jean-Claude Galuchat, principalmente em caixas de joias. O uso direto em peças de joalheria como conhecemos hoje se intensificou no renascimento moderno do material.
